por PROFETA, Celia Filgueiras de Moraes. 2001

São casos que minha avó contava. Portanto são verídicos, ainda que eu mesma não os tenha verificado. Não era o caso. Mesmo porque a Vovó Celina pouco gostava de se reportar ao passado. Razões? Haviam muitas. Assim eu respeitava e pouco perguntava, apesar de mostrar sempre o maior interesse em ouvir. Havia sempre em seu olhar aquela profundeza da recordação, do reviver o passado, do sentir os fatos, afinal essa coisa que damos um belo nome português: SAUDADE.

Três irmãos vieram na comitiva de D.Maria I .Eram Francisco, Manuel e Joaquim Filgueiras, da região norte de Portugal (). E, como muitos outros, permaneceram no Brasil, quando muitos anos mais tarde a coroa voltou para a Europa. A Vila de Filgueiras é no norte de Portugal. Fácil encontrá-la no mapa. Synval, meu irmão, esteve lá e fotografou a casa da família. Quase igual construíram em Divino de Carangola, fotografada pelo Homero. Talvez a casa brasileira seja um pouco maior.

Francisco se instalou na região entre o Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, indo, mais tarde uma parte da família para o Espírito Santo. História que mais tarde abordarei (veja ***). Os outros dois foram mandados para o Maranhão e Bahia. Talvez ainda consiga me lembrar quem foi para onde.

Mas sei que o ramo de Francisco Filgueiras se estabeleceu na região da Estrada de Ferro Leopoldina. Somos descendentes dele. Provavelmente ele seria avô de meu bisavô Elias. Nos 70 anos entre a Transmigração da família Real e o nascimento da minha avó Celina, creio que há espaço para duas gerações, não mais. Nos registros em Calçado pode haver alguma coisa que informe o nome dos pais do vovô Elias. Guardei com facilidade o nome do Francisco pois a vovó dizia que foi em homenagem a ele que o Chiquinho recebeu este nome.

por Celia Filgueiras de Moraes Profeta.
2001