Felgueira ou Filgueiras?
Se descendem os Filgueiras brasileiros todos dos três irmãos
portugueses que vieram para o Brasil, como mencionamos em "
De onde vêm os Filgueiras?",
vê-se que continuou o locativo em função de personativo,
o que já se deu em Portugal, pois há o
brasão da família FELGUEIRA.
Filgueira > Felgueira > Filgueira
A transformação fonética de
Felgueira para Filgueira é que apresenta dificuldade em explicar,
porque, pelas leis fonéticas o i passa a e, e neste
vocábulo temos o e > i. Mas no já referido
brasão, em suas anotações, lê-se:
"... A forma mais
antiga do apelido parece ser FILGUEIRA e modernamente aparece a de FELGUEIRA,
talvez para harmonizar o apelido com o topônimo, que alguns indicam como
sua origem. ..."
Que topônimo será esse, o da ilha Felgueira? Assim
desaparece a contrariedade à lei fonética; foi o i que
passou a e, e depois voltou à forma primitiva.
A pluralização
E quanto à
pluralização do vocábulo é compreensível,
pois é assim, geralmente, quando nos referimos ao plural dos apelidos:
os Monteiros, os Oliveiras, etc.
Os primeiros Filgueiras
Ainda acrescenta a nota do brasão:
"Não se conhece a origem dessa família, nem do apelido que parece
provir de topônimo, ainda que não se saiba do seu uso com
preposição. (como era comum aos outros
apelidos de família
provindos de topônimos) Parece que D. Pedro I deu o
castelo de Fraião, no termo de Ceura, a Lourenço Felgueira, o
mais antigo desse apelido que se conhece. É bastante
duvidoso que este Lourenço Felgueira vivesse no reinado de D. Pedro I,
e que em 1.521 vivesse um seu bisneto e que uma trineta estivesse para casar.
Ou a mercê lhe foi feita em época mais moderna ou houve uma a
três gerações mais entre as indicadas.
Dizem os autores
genealógicos que teve por filho a Lopo Felgueira, senhor da torre do
Soreio, na freguesia, de Santiago de Pias, termo de Monção, que
se supõe já tivesse pertencido ao pai e é considerado
assento principal da família. Deste foi filho Rui Gonçalves
Felgueira, senhor da referida Torre e alcaide do castelo de Fraião, o
qual se recebeu com Violante Lopes de Calheiros, filha de Garcia Lopes de
Calheiros, senhor da casa de Calheiros, de quem houve descendência, por
onde se propagou o apelido de Felgueira. ..."
Então o autor dessa nota que
se encontra no brasão da família, afirmando desconhecer-lhe a
origem, menciona:
- Lourenço Felgueira, o mais antigo desse apelido que
se conhece;
- Lopo Felgueira, filho de Lourenço Felgueira;
- Rui Gonçalves Felgueira,
filho de Lopo Felgueira, logo neto de
Lourenço Felgueira, e acrescenta que: da descendência deste Rui
se propagou o apelido de Felgueira e dá como assento principal da
família a Torre do Soreio, na freguesia de Santiago de Pias, termo de
Monção. (Indicações a serem pesquisadas, digo eu).
E na mesma nota que traz o brasão cita uma quintilha por
Manoel de Sousa da Silva, capitão-mor de Santa Cruz de Riba Tâmega,
sobre os Felgueiras:
"Da geração de Felgueiras
É o berço verdadeiro
Essa quinta de Sobreira No Minho em a Ribeira
Que é dos nossos o primeiro"